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Outras perspectivas sobre Lucro e Capitalismo

O texto a seguir foi escrito originalmente como resposta a um amigo, por isso há trechos em formato de diálogo. Inicialmente conversávamos sobre algumas mudanças que novas metodologias de processo na minha área poderiam criar dentro de organizações. Ele pareceu cético que certos valores da metodologia poderiam ser apoiados por dirigentes/empresários. O ceticismo sobre tal possibilidade me motivou a escrever uma longa resposta que deixa de lado as metodologias em si e procura lidar mais com os pressupostos, impedimentos e alternativas para adoção de valores mais democráticos e justos dentro de empresas ou organizações. Não quero entrar no mérito se o mundo seria melhor sem capitalismo e não me aprofundo em teorias econômicas. Além disso, vale ressaltar que escrevi esse texto há alguns bons anos, ou seja, minha escrita e argumentos seriam diferentes hoje em dia. Mas acho que há algum valor aqui. Enfim, tudo começa com uma observação desse amigo:

***

Acho sua ideia interessantíssima no que se refere a empresa mais coesa
(de meu ponto de vista) em relação a subjetividades e aos humanos. No
entanto, me pergunto se isso parte de uma ética possível de ser
praticada no mercado atual. Em conversa com um mercadologista ele
afirmava que é um engano enorme achar que a empresa é amiga do
funcionário.

Amigo, você foi mesmo na ferida (nesse trecho e além, quando fala sobre “lucro”). Acho necessário envolver não apenas os colegas do meu setor, mas a organização como um todo nesses diálogos, e isso inclui os dirigentes. Pelo que você diz, parece que vê esse esforço como infrutífero e/ou ingrato. Humberto Maturana (Neurobiólogo, pensador chileno, construtivista, etc) fala que o ambiente de trabalho na gigantesca maioria dos casos não é “social”. Considere que, para ele, o termo “social” designa espaços onde haveria aceitação mútua. Ele sugere que as pessoas nesses ambientes se toleram devido ao salário, dependência e/ou hierarquia. E, nessa linha de pensamento, tolerar não seria o mesmo de aceitar, tendo mais a ver com protelar a negação do outro. Quando observamos nosso cotidiano sob essa perspectiva, parece no mínimo desafiador conseguirmos trabalhar em contextos onde todos se aceitem mutuamente, não é? Parece mais fácil ser incrédulo na capacidade de integração/aceitação entre os atores (de diversos níveis) que formam organizações. Mas acho que isso tem mais a ver com as imagens e pressupostos (pré-conceitos?) que carregamos. De ambos os pseudo-lados. Vejo a distância entre os envolvidos e a insistência em perpetuarmos certas concepções velhas/distorcidas criando muita desconfiança e cegueira. Talvez uma cegueira de superioridade ou inferioridade. Então, quero rever e desafiar algumas dessas ideias que carregamos e que muitas vezes nos impedem até de dialogar de coração mais aberto e desarmado com aqueles que não parecem nos compreender ou aceitar (Lembrando que aceitar o outro não significa necessariamente concordar com e/ou aceitar ações e opiniões). Quem sabe posso esclarecer porque acho promissora a tentativa de dialogar com todos em busca de melhores relações em empresas e organizações.

Acho a questão do lucro um ponto-chave aqui. Ele é quase demonizado por certas correntes de pensamento. Mas será que o “problema” estaria no lucro em si ou estaria quando se pensa apenas em lucro? O problema seria intrínseco ao “modelo” de empresa ou estaria na mentalidade-visão que (re)cria-usa “modelos” pouco sensíveis a nossa humanidade? A impressão que tenho é que pode haver sim espaço para uma forma diferente de empreender em empresas e que, deixando de lado a dicotomia socialismo/capitalismo, elas (empresas) não são obstáculos a uma sociedade mais solidária e livre, talvez até possam contribuir para isso também… Agora, para o tipo de empresa que estou falando, o lucro não seria visto como meta. Metas e objetivos teriam a ver com serviços e/ou construção de bens que se supõe terem valor para si e a sociedade. E, uma vez que entregar valor para o entorno seria um dos fins, evitaria-se entrar em contradição com isso. Dessa forma, o lucro seria melhor visto como um combustível. Combustível que se assemelha ao que a comida seria para nós humanos, afinal, nossa meta na vida não é comer (sem critérios). Embora precisemos de comida para sobreviver, nossa vida se volta a coisas maiores, supondo que a maior parte de nós busca mais significados e experiências para além da mera subsistência. Essa metáfora indica também a existência de uma preocupação a respeito de sua procedência, bem como de um ponto de saturação. Se negligenciados, criam problemas de qualidade de vida e riscos às saúdes interna e externa. Colocando o lucro nessa perspectiva, ficaria mais fácil perceber a importância de se preocupar com uma contínua harmonia das condições sociais e materiais (“sustentabilidade”) que o viabilizam. Bem como não fazer sentido querê-lo apenas para si e/ou em volumes absurdos.

Essa visão de lucro pode ser encontrada também no livro “Você está louco” (2004) do empresário brasileiro Ricardo Semler (Seu primeiro livro de 1988 foi traduzido para mais de 30 idiomas e por conta dele viajou por 119 países. Hoje envolvido com iniciativas relacionadas a educação, vide referências 1 e 2). Nesse livro, ele relata uma palestra que fez para os cem clientes mais ricos de um banco da família Rockefeller (sim, bilionários). Um dos focos era rebater a noção de que eles, empresários bem sucedidos, vivem para conseguir dinheiro. Na ocasião, concluiu seu discurso assim: “Vocês vão ao escritório toda segunda-feira para satisfazer a necessidade de sentir que estão vivos, que tem algo a cumprir enquanto estiverem na terra, que seus talentos precisam de vazão. Vão trabalhar por questões de auto-estima e por não entenderem a razão pela qual estão vivos, nada mais — e compreender isso com franqueza alivia muitas das sensações falsas que vocês dão como explicação fechada e resolvida.”. Deixando de lado se ele está correto ou não, o caso é que se trata de uma postura que retira o lucro do centro do palco. Estou simplificando aqui (até porque o foco não são as respostas), mas essa posição sobre lucro/dinheiro parece ser um começo para permitir o tipo de relação que gostaríamos nesses ambientes, não é?

Mas você poderia dizer que isso estaria mais para utopia, sonho, ingenuidade, etc. Mas eu vejo que mesmo o “capitalismo” está mudando. Isso é um indício que as coisas não precisam continuar como eram no começo da revolução industrial, quando muitas das ideias socialistas foram importantes para atenuar a exploração e condições dos trabalhadores da época. Quanto a essas mudanças gostaria de mostrar alguns indícios. Certos autores vinculados ao “Mercado” já apontam para um novo contexto emergente, veja essa citação: “Em [seu livro] ‘O Futuro da Competição’, [C.K. Prahalad, em 2004,] o autor inseriu as experiências individuais como centro do processo de co-criação de valor, que passa a ocorrer em rede e de maneira colaborativa com o consumidor e outros agentes. Os autores retrataram um cenário de transparência e crescente acesso à informação, que deslocava o poder das empresas para as pessoas, criando a necessidade de diálogos baseados na confiança.” (3). Esse mesmo Prahalad defende uma espécie de “Capitalismo Social”, segue resumo do próprio nesta resposta dada numa entrevista que traduzo livremente, “Pergunta: Pessoas como Bill Gates estão falando sobre capitalismo criativo. Sua visão é muito diferente da dele, ou vocês estão convergindo para as mesmas ideias? Resposta: Não, na verdade não. Eu acho que esse é um debate importante. Você tem capitalismo criativo, você tem capitalismo com consciência, e então você tem capitalismo social ou inovação social. (…) Eu acho que as novas formas de capitalismo conseguem conectar duas coisas. Primeiro, elas conectam mercados justos. Ou seja, transparência ainda é importante. Avaliação justa de valor ainda é importante. Em segundo, co-criação. Nós coletivamente temos que entender o que é valor. Assim, se você conecta mercados, nos quais há entendimento econômico, transparência, acesso a informações, eliminação de assimetria de informação e em seguida você tem a ideia de co-criação, você tem democratização. Em meio a todo esse barulho, o sinal subjacente é muito claro: Nós nos tornamos mais interdependentes, nós reconhecemos isso e os mercados estão se tornando mais importantes como um modo de resolver problemas complexos. Então eu acho que democratização traz as duas coisas.” (4)

Você pode dizer que isso só mostra que há teóricos falando sobre e que não há na prática isso. É claro que mudanças levam tempo. No momento, encontro exemplos que mostram que essas novas ideias já estão sendo praticadas e dão bons indícios que não ficarão só nisso. Por exemplo, há um bom número de iniciativas assim na minha área, talvez por ser uma área relativamente nova e sem tantos vícios em crenças e hábitos antigos. Desde empresas grandes como a Google (que avançam tanto nos relacionamentos interpessoais internos/externos como com preocupações quanto ao meio ambiente) à empresas pequenas como uma chamada “Basecamp” (originalmente “37 Signals”), que mesmo podendo lucrar absurdamente fazem a escolha consciente de se manterem pequenas. Existe ainda uma, digamos, “corrente filosófica” que anda ganhando espaço nessa área (Desenvolvimento de Software & T.I.) que ataca o estilo “Comando e controle” de se administrar e trabalhar com grupos e que tem trazido bons resultados. Como diz um dos líderes dessa corrente: “Compartilhamento de poder é pragmático, não idealista.”(Kent Beck). E nem preciso falar de projetos como Linux e todo o movimento/comunidade Open Source que mostra a diferença que faz quando as pessoas acreditam no que estão fazendo e tem ótimas relações umas com as outras, sendo ouvidas e respeitadas.

De qualquer forma, entre empresas de outras áreas também percebe-se esforços nesse sentido, segue quatro exemplos de como uma relação diferente no relacionamento entre direção-trabalhadores não só é possível como já vem ocorrendo.

Em certo ponto de sua resposta você diz:

Tratasse de uma relação que é sempre pautada no lucro e
na melhor relação de mais valia clássica. Ele afirma que se o sujeito
não gera lucro a amizade acaba muito rapidamente. Um processo de
vinculação pautado por esta ética implícita seria interessante?

Agora que já falei bastante sobre lucro posso avançar nas outras partes desse trecho. Não acho que “amizade” seja uma necessidade. Respeito, sim. Sobre mais valia, me diga, o que acontece quando o “meio de produção” volta para a casa junto com o trabalhador? Será que as relações (pessoais, não de números) são as mesma da “mais valia clássica” num contexto onde:

Acho que nos lugares como os que citei antes, onde uma outra ética se exerce (ou ao menos se tenta), se alguém não corresponde ao que se espera dela (e isso não só sob o ponto de vista de “donos” e lucro) não se desiste tão facilmente da pessoa. Busca-se manter conversações com ela e experimentar mudanças a partir disso e, sendo o caso, até mesmo fazer uso de treinamento, recolocação, etc. Agora, também acho que há limites, independentemente se o objetivo é apenas lucro ou mesmo em um trabalho voluntário, se alguém não está conseguindo se encontrar ou se encaixar no trabalho em grupo, mesmo depois de tentativas de fazer a coisa funcionar, não vejo porque persistir indefinidamente (sendo que os tempo e recursos que definem isso podem variar de lugar para lugar). Os objetivos e/ou perfis podem simplesmente não baterem e o melhor para ambos pode ser reconhecer isso e partirem para outra, evitando o que se vê em muitos lugares em que predominam o marasmo, má vontade e/ou incompetência.

Agora, é claro que as ações citadas aqui e que seriam mais próximas dos valores almejados não são perfeitamente implementadas mesmo nos lugares que citei (existe perfeição?), e existem nichos onde suas implementações (tal como citadas) nos pareçam impossíveis. Mas existem exemplos. Existem iniciativas. E parecem-me um ótimo ponto de partida para mudanças cada vez maiores. Então, concordo em parte com você. Acho que um processo que envolve maior vinculação pessoal realmente não seria interessante/possível se não envolver um diálogo sobre a ressignificação de lucro e relações de poder com todos os envolvidos. Mesmo em situações limitadas a um pequeno grupo dentro de uma organização maior, onde internamente não há diferenças em termos de nível de poder, essas preocupações e linhas de investigações cabem quando vemos a força criativa e transformadora por trás de relações interpessoais bem desenvolvidas. Nesse contexto, em alguns casos, pode até ser necessário atuar como guerrilha para agir de forma contrária a maior parte da organização (ou como os dirigentes desejam). Mas eventualmente isso pode acabar mal ou, na melhor hipótese, servir de exemplo e contaminar o restante da organização… Já vi relatos dos dois “desfechos” dessa estratégia de guerrilha e, como se poderia imaginar, o final infeliz ocorre mais. De fato, cheguei a presenciar um destes. A impressão é que o não envolvimento dos dirigentes/gerentes pode até facilitar/agilizar algumas coisas, mas o risco das iniciativas não perdurarem e/ou esbarrarem em limites inibidores-sufocantes é muito grande. Daí a importância de superar certos preconceitos e pressupostos não só do lado dos dirigentes, mas também dos trabalhadores, que podem iniciar o diálogo de mudança. E ter esperança de que mudanças são possíveis é primordial para valorizar o caminho do diálogo.

Concluindo, traduziria suas dúvidas como duas questões, se me permite: 1) É possível uma organização, digamos, mais “social capitalista” (Ou seja, organizações com ressignificação de lucro, transparência, responsabilidade sócio-ambiental, etc)? 2) Em sendo, seria possível criar nelas melhores relações internas, com maior capacidade de transformações internas e externas (ou seja, atenção-respeito ao humano, redes de conversação distribuídas, diminuição ou extinção de comando/controle, etc)? Tudo que falei até aqui me faz pensar que sim, é possível para ambas as perguntas. Ou pelo menos que valem uma aposta nessa direção e experimentação. Mais ainda, que as duas se encontram em causalidade mútua, ou seja, a busca por melhores relações internas podem fazer uma empresa ir numa direção “social capitalista” e a busca por uma empresa mais “social capitalista” cria condições de melhoria nas suas relações internas.

***

Algum tempo depois fiquei pensando sobre essa ideia de “social capitalista”, o nome não importa tanto quanto as características que descrevi, claro, mas li um livro que me fez relacionar a esse termo também. Ele começa com a seguinte citação:

“O poder propriamente entendido não é mais que a capacidade de atingir um objetivo. É a força necessária para provocar mudança social, política e econômica. (…) E um dos grandes problemas da história é que os conceitos de amor e poder são normalmente contrastados como opostos — pólos opostos -, de modo que o amor é identificado como resignação de poder, e o poder, como negação do amor. Agora temos de consertar isso. O que precisamos perceber é que o poder sem o amor é imprudente e abusivo, e o amor sem o poder é sentimental e anêmico.” (“Para Onde Vamos Daqui: Caos ou Comunidade?”, Martin Luther King)

Vale a pena ressaltar que os termos “Poder” e “Amor” no livro são entendidos com base nas seguintes descrições de Paul Tillich:

Com isso o autor do livro comenta da seguinte forma a citação inicial do Sr. King: “O poder sem amor é, de fato, imprudente e abusivo. Se nos engajamos em causas sociais apenas para nos autorrealizar, sem reconhecer que nós e os outros somos interdependentes, o resultado, na melhor das hipóteses, será nos tornarmos insensíveis e, na pior, opressores [impedindo a autorrealização do outro com a nossa] e até genocidas. E o amor sem o poder é, de fato, sentimental e anêmico. Se reconhecermos nossa interdependência com os outros e agirmos em busca de uma unificação, mas fazendo isso de modo a tolher nosso crescimento e o de outros, o resultado será, na melhor das hipóteses, o fracasso e, na pior, um fortalecimento do status quo de forma disfarçada.” (“Poder & Amor: Teoria e Prática da mudança social”, Adam Kahane, 2010)

De certa forma, quando me refiro a “Social capitalista” me parece que os aspectos “Sociais” estariam relacionados a esse “Amor” e os aspectos “Capitalistas” a esse “Poder” (Vontade? Liberdade de ação?). Acredito que na integração desses dois impulsos (ou, ao menos, ao deixarmos de imaginá-los como antagônicos) é que criamos chances para uma transformação mais generativa, duradoura e harmônica em nossas organizações.

Referências:

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